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Ser feliz é um conceito complicado, segundo alguns entendidos. Para ser feliz é preciso força, esforço, dinheiro no bolso e muita, muita paciência. É preciso avaliar os próprios desejos em favor da capacidade de realizá-los e ainda assim, não é fácil. Afinal, ser feliz é alcançar um objetivo de vida. Bom, para mim, isso tudo não passa de uma tremenda baboseira. Ser feliz só requer a nossa boa vontade. Primeiro, porque a felicidade está onde menos se espera. E segundo, porque a felicidade mora nas pequenas coisas. Ela não está no seu carro novo, na sua casa nova, no cargo que você ocupa ou na primeira bicicleta. Tudo bem, talvez a bicicleta possa ficar fora disso. Mas a felicidade nunca vai estar no que você tem. Ser feliz é ser capaz de amar, de sentir, de viver e reviver cada segundo da vida. É olhar para os problemas e não pensar neles, mesmo que por alguns minutos. É fazer de cada conquista uma lembrança e abrir um sorriso ao lembrar delas. Correr varanda afora e voltar com os pés sujos de terra molhada. Quando falo em coisas simples, quero dizer gotas de chuva nas plantas do quintal, banhos de mangueira em pleno verão, declarações ao pé do ouvido e uma rede preguiçosa balançando à toa na varanda. Quero dizer seu animal de estimação te chamando para brincar e coisas bobas em que ninguém repara. Ninguém mesmo. Porque, no final das contas, não vai fazer diferença o quanto você gastou. Não vai fazer diferença o que você conseguiu ou deixou de conseguir. Nunca faz. Muito pelo contrário. Não somos nós que ficamos. São justamente as outras coisas, o que a memória não registra. O que fica para trás quando nós não conseguimos mais andar. A felicidade, meus amigos, não é medida em números, mas em certezas. E isso, com a maior certeza do mundo, riqueza nenhuma traz. A não ser a de espírito. Aliás, "ser feliz" já diz: é ser.
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