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As cortinas estão fechadas e pela janela as pessoas não podem ver o que acontece. Dentro do quarto, só a luz vinda da rua atravessa uma fresta da cortina e a luz do abajur está abafada por uma camisa. Estamos sentados no chão com algumas almofadas ao redor. Eu, encostada na parede vestindo sua camisa favorita, minhas pernas desnudas em seu colo e você tocando violão.
Rindo e bebendo vinho, aproveitamos a magia do nosso próprio mundinho. Tão tranquilo, calmo e silencioso, apenas o som das nossas risadas, sussurros e nossas vozes enquanto cantamos. Cantamos o que gostaríamos de dizer um ao outro. Você começa a tocar uma melodia familiar, mas não reconheço de primeira. Porém, quando canta os primeiros versos imediatamente sei qual a música.
A canção diz que tudo de você amará tudo de mim, até as minhas perfeitas imperfeições. Eu, que sempre tentei ser perfeita, não gosto quando os pessoas dizem que sou. Apesar de tentar alcançá-la, a perfeição não existe. Porém, não digo nada para não estragar o momento.
E músicas vem e vão, risadas começam e terminam, suspiros iniciam e são interrompidos... Vamos até a varanda e compartilhamos nosso mundinho com as estrelas. E elas estão lá nos observando, talvez até rindo, ou só ali para lembrar que o amor é apenas um grito no vazio.
Uma estrela cadente aparece cruzando o céu estrelado. Faço um pedido e te digo para fazer o mesmo. Você ri e abre a boca para falar, porém, coloco um dedo sobre seus lábios te calando. Faça um pedido para as estrelas, mas não em voz alta. Elas podem te ouvir...
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