Cultura Pensamentos

Conversas intermináveis com amigos imaginários

18:38Unknown

Hoje acordei meio deprê. Os olhos esbugalhados, como dizia minha vó, que já morreu, e uma vontade tremenda de continuar dormindo.Na falta do sono, fui para a sala ver tevê, desenho animado. Nostalgia define.

Era Tom & Jerry. Mas não foi como na infância: quando eu era criança eu só assistia e pronto, não tinha isso de ficar questionando, imaginando coisas. Hoje não sei ver desenho sem fazer uma relação com conceitos filosóficos. De certa forma Tom & Jerry me fazem pensar em Nietzsche e Camus. Um porre.

E nessas horas, esticado no sofá, começo uma série de diálogos intermináveis com amigos imaginários. “E se o Tom finalmente devorasse o Jerry?” Ah, quanta bobagem. Desenhos são feitos para crianças. Adultos tem a cabeça repleta de ideias, problemas, sonhos, planos; falta espaço para a simplicidade da vida.

Na verdade eu sempre achei o Jerry um grande imbecil. Pensando bem, o mesmo se aplica ao Papa-Léguas. E todos os dias eu ficava na torcida para ver aquelas criaturas tendo um final nada feliz. E todos os dias eu ria da desgraça alheia, ria daqueles que eu queria ver triunfar. Criança não precisa ser coerente.

Cochilei e não vi o final do episódio, mas isso não importa. Amanhã Jerry estará vivo e feliz, o Tom estará bem disposto. O ciclo é infinito e o sentido não é evidente. Amanhã quero acordar assim, sem preocupações.

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