Cultura

Conhecimento Robotizado

14:10Unknown



É de fato impressionante como os termos simplificado, esquematizado, resumido e facilitado vem sendo inseridos na vida humana.  Hoje, tudo deve ser feito com pressa. 


Pressa para cumprir o horário do trabalho, pressa para produzir mais em menos tempo, pressa para resolver problemas, tudo se resume a pressa. O mundo vive um momento de correria intensa. Entretanto, essa correria e essa pressa levam, como diz o ditado popular, à imperfeição.

Ok, talvez você leitor não esteja entendendo a relação dos termos citados acima com a pressa, mas é porque eu vou relacioná-los agora. O mundo atual é uma intensa disputa, disputa-se bolsas e vagas em universidades, disputa-se cargos altos, disputa-se tudo. Desses tipos de disputa que citei; e pretendo me ater a eles, pois são a melhor forma de exemplificar a idéia que aqui proponho; todos utilizam de um teste de conhecimento como forma de seleção.  E é aí que quero chegar. Vamos equacionar a idéia: tudo está em disputa; a disputa é feita considerando a capacidade intelectual; quanto mais você conseguir absorver em menos tempo, mais a frente de seu candidato você estará; portanto; vamos resumir, enxugar, clarear, simplificar todo o conteúdo que deve ser absorvido para que isso se torne mais fácil.

Nesse momento você deve estar se perguntando: Mas, o que tem isso de mal? Aprender mais em menos tempo é incrível. O problema não é a quantidade de aprendizado, mas sim a profundidade desse conhecimento, e se podemos chamar isso de aprender, ou devemos renomear para “decorar”.  Eu mesmo prestei vestibular no ano passado e já não me recordo como resolver um problema estequiométrico, algo que fazia perfeitamente há poucos meses atrás. Do que adianta decorar o uso de uma fórmula hoje, utilizá-la amanhã (sem saber o porquê de está-la usando), e esquecê-la depois?

Agora pergunto ao leitor: será que os concursos medem o conhecimento dos candidatos, ou a capacidade de decorar? Não é necessário resposta, não é?

De fato, percebe-se que as pessoas não se importam mais em aprender, apenas em ”” absorver ”” informações.  Muitas vezes na teoria é magnífico, mas na prática (o mais importante, na humilde opinião deste autor) peca e peca muito feio.

O mais importante de tudo isso é frisar que não estão sendo construídos gênios, mas robôs. Por que robôs? Porque robôs estão sempre prontos a responderem; entretanto; essa resposta é sempre objetiva e sem nenhuma profundidade; resultado não de um grande esforço do próprio ser mecânico; mas de um outrem que resumiu tudo e colocou ali em seu banco de dados.

O grande problema talvez seja que nós não percebemos essa robotização, afinal, temos pressa e não podemos nos ater a detalhes como esse. Portanto, através desse artigo venho de forma muito humilde (humilde, no sentido que, não tenho pretensão de ser o dono da verdade absoluta) expor minha opinião. E digo mais, espero que o texto não influencie totalmente opiniões; pelo contrário; pretendo apenas colocar aquela “pulginha atrás da orelha” para que o leitor se sinta instigado a refletir mais sobre o assunto e adquirir suas próprias conclusões, pois, quão hipócrita seria eu ao tentar robotizá-lo também?

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