Cultura

Sobre o preconceito

17:32Unknown


Outro dia eu reparava em uma menina de cabelos azuis no ponto de ônibus. Uma jovem, de cabelos azuis e lindos, muito bem penteados, se preparava para seguir para onde quer que fosse de mochila nas costas. 

No tempo em que fiquei ali, no mínimo três pessoas olharam torto para ela. Por quê?, me perguntei. Mas como a resposta não veio, comecei a pensar no quanto sem noção é esse tipo de julgamento. Mesmo que não gere comentários, só espanto ou reações similares. A sociedade está tão presa aos padrões já estabelecidos por outras épocas e, inevitavelmente, temendo um novo padrão e permitindo que o diferente se torne um, que no final das contas tudo continua igual e ninguém muda nada. Quer dizer que se o seu cabelo é azul, verde ou roxo, você é estranho? Distinto? E o loiro, que não passa de vários tons de amarelo? É como dizer a uma pessoa extremamente tímida que uma carreira artística não é a melhor opção ou dizer para um executivo tatuado e com um piercing que o ramo dele é outro. Claro que, ao pensar mais sobre o assunto, muitas pontas soltas surgiram e me levaram a pensar em outros tipos de preconceito diário. Mas em uma coisa eu reparei: são todos infundados. Ao mesmo tempo em que existe a inversão de valores, percebo que a culpa é de todos e que justificá-la a partir de crenças, religião ou cultura só vai fazer com que cada vez mais sejamos a favor do preconceito. Ou contra nós mesmos. Seja pelo peso, pela idade, pela deficiência ou pela aparência. Afinal de contas, o que tinha demais naquele tom de azul? Eu achei lindo. E olha que eu uso óculos.

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