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É como o toque das suas mãos. Como sentir sua pele roçando na minha e como imaginar, sozinha, tudo que poderia acontecer aqui e agora. Mas não dá. Não com outra pessoa no meio do caminho, mergulhando no seu peito e beijando o seu beijo. Não dá e não quero, por mais que o que eu mais queira seja isso: você. Por mais que o que eu mais queira seja o teu pescoço, as tuas costas e o teu ar. E haja sentimento! Principalmente porque está cada vez mais difícil cruzar com você nos corredores e não querer que a sua língua se embole com a minha. Está cada vez mais difícil controlar a arte de imaginar meu corpo colado de você em uma sala qualquer. É, pois é, é uma arte. Arte porque me sinto assim, me apresentando sem público. Por mais que o aplauso seja certo. Por mais que o seu olhar, tão quente quanto o resto, não seja meu. Por mais que o teu sorriso seja meu todos os dias e você, involuntariamente, saiba disso. Mas tudo bem. Tudo bem porque nada vai tirar o meu tesão agora. Porque nada, inclusive, pode começar com perfeição. Porque isso é só o começo.
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