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Desculpa, amor, por começar dizendo isto, mas preciso dizer, está entalado na garganta, sabe? Você foi covarde. Sim, covarde, porque mesmo depois de tudo, de toda a dor e corações partidos, eu estava lá, lutando pelo que acreditava. E você, ao invés disso, deixou o medo e a insegurança te cegarem. Mas não era algo tão inesperado assim, em muitas horas você não foi o que eu precisava que fosse. Só não precisava ter deixado minha mão estendida no vazio.
E mesmo depois de tudo, ainda luto. Não por você, amor, porque isso é algo que não vale mais a pena. Por que lutar por alguém irreconhecível? Sim, te olho e não sei mais quem você é, pois essa pessoa não é a mesma por quem um dia me apaixonei. Olhos vazios, sorrisos sacanas e atitude canalha. Não, obrigada, dispenso. Mas luto, mesmo desacreditada, que um dia acharei alguém que me fará acreditar em tudo novamente. Irá me mostrar que enquanto existir amor, valerá a pena lutar, mesmo sem esperança de dar certo. E espero que ele não cometa os erros cometidos por você. Que seu único erro seja me amar mais do que um dia você amou.
Ainda guardo as lembranças de outrora, pois fazem parte de mim, assim como todo o sofrimento também faz agora. E não pretendo apagar as memórias, isso seria arrancar um pedaço meu, afinal, somos todos compostos de marcas do passado. Você, que era parte do meu futuro, é agora exclusivo do passado. E desculpa, amor, mas você não é mais meu amor.
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